quarta-feira, 30 de julho de 2008

Madrigal Melancólica



O que eu adoro em ti Não é sua beleza A beleza é em nós que existe A beleza é um conceito e a beleza é triste Não é triste em si Mas pelo que há nela De fragilidade e incerteza O que eu adoro em ti Não é a tua inteligência Mas é o espírito sutil Tão ágil e tão luminoso Ave solta no céu matinal da montanha Nem é tua ciência Do coração dos homens e das coisas O que eu adoro em ti Não é a tua graça musical Sucessiva e renovada a cada momento Graça aérea como teu próprio momento Graça que perturba e que satisfaz O que eu adoro em ti Não é a mãe que já perdi E nem meu pai O que eu adoro em tua natureza Não é o profundo instinto matinal Em teu flanco aberto como uma a tua pureza. Nem a tua impureza O que adoro em ti lastima-me e consola-me O que eu adoro em ti é a vida!

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